terça-feira, 20 de janeiro de 2009

DR. BEZERRA DE MENEZES

DR BEZERRA DE MENEZES




Adolfo Bezerra de Menezes nasceu na antiga Freguesia do Riacho do Sangue (hoje Jaguaretama), no Estado do Ceará, no dia 29 de agosto de 1831, desencarnando no Rio da Janeiro, no dia 11 de abril de 1900.
No ano de 1838 entrou para a escola pública da Vila do Frade, onde, em dez meses apenas, preparou-se, suficientemente, até onde dava os conhecimentos do professor que dirigia a primeira fase de sua educação. Muito cedo revelou a sua fulgurante inteligência, pois aos 11 anos de idade iniciava o curso de Humanidades e, aos 13 anos, conhecia tão bem o latim que ele próprio o ministrava aos seus companheiros, substituindo o professor da classe em seus impedimentos.
Seu pai era um homem relativamente abastado, porém, por efeito de seu bom coração, comprometeu sua fortuna, dando abonos em favor de parentes e amigos, que o procuravam, a fim de explorarem os seus sentimentos de caridade. Percebendo, então, que seus débitos igualavam seus haveres procurou os credores e lhes propôs entregar sua fazendas de criação e tudo o mais que fosse suficiente para integralizar a divida.
Os seus credores recusaram a proposta, dizendo-lhe que pagasse quando e como pudesse. O honrado cidadão insistiu, mas não conseguindo demover seus credores decidiu-se a tornar mero administrador do que fora a sua fortuna, retirando apenas o que fosse necessário para a manutenção de sua família, que passou da abundancia as privações.
Foi nessa fase que Adolfo Bezerra de Menezes, formulando os mais veementes votos de orientar-se pelo caráter integro de seu pai, e com minguada quantia que seus parentes lhe deram, partiu para o Rio de Janeiro, a fim de seguir a carreira que sua vocação lhe inspirava - a Medicina.
Ingressou em novembro de 1852 como praticante interno no Hospital da Santa Casa de Misericórdia. Doutorou-se em 1856, pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Em 1858, concorreu a uma vaga de lente substituto da Seção de Cirurgia da Faculdade de Medicina. Nesse mesmo ano, o mestre Manuel Feliciano Pereira de Carvalho, então Cirurgião-Mor do Exercito, fê-lo nomear seu assistente, com o posto de Cirurgião-Tenente.
Eleito vereador municipal pelo Partido Liberal, em 1861, teve sua eleição impugnada pelo chefe conservador Haddock Lobo, sob a alegação de ser medico militar. Com o objetivo de servir o seu partido, que necessitava dele para ter maioria na Câmara, resolveu afastar-se do Exército. Em 1867, foi eleito Deputado Geral, tendo ainda figurado numa lista tríplice para uma carreira no Senado.
Quando político, levantaram-se contra ele, a exemplo do que sucede com todos os políticos honestos, rudes campanhas de injuria, cobrindo seu nome de impropérios entretanto, a prova da pureza de sua alma, deu-a, quando deliberou abandonar a vida publica e dedicar-se aos pobres, repartindo com os necessitados o pouco que possuía. Corria sempre ao casebre do pobre onde houvesse um mal a combater, levando ao aflito o conforto de sua palavra de bondade, o recurso da sua profissão de medico e o auxilio da sua bolsa minguada e generosa.
Afastado interinamente da atividade política, dedicou-se a empreendimentos empresariais criou a Companhia Estrada de Ferro Macae-Campos, na então província do Rio de Janeiro. Posteriormente, empenhou-se na construção da via férrea de Santo Antonio de Pádua, pretendendo leva-la ate o Rio Doce, desejo que não conseguiu realizar. Foi um dos diretores da Companhia Arquitetônica que, em 1872 abriu o Boulevard 28 de Setembro , no então bairro de Vila Isabel. Em 1875, foi presidente da Companhia Carril de São Cristóvão. Voltando a política, foi eleito vereador em 1876, exercendo o mandato ate 1880. Foi ainda presidente da Câmara e Deputado Geral pela Província do Rio de Janeiro, no ano de 1880.
Quando o Dr. Carlos Travassos empreendeu a tradução de O Livro dos Espíritos , de Allan Kardec, ofereceu um exemplar, com dedicatória, a Bezerra de Menezes. No dia 16 de agosto de 1886, um auditório com cerca de duas mil pessoas da melhor sociedade, que enchia o salão de honra da Velha Guarda, ouviu, em silencio, emocionado, atônito, a palavra de ouro do eminente político, do eminente medico, do eminente cidadão, do eminente católico, Dr. Adolfo Bezerra de Menezes, que proclamava aos quatro ventos a sua adesão ao Espiritismo. Ela era um autentico religioso, no mais alto sentido. Sua pena foi, por isso, desde o primeiro artigo assinado, em janeiro de 1887, posta ao serviço do aspecto religioso do Espiritismo.
Demonstrada a sua capacidade literária no terreno filosófico, que pelas replicas, quer pelos estudos doutrinários, a Comissão de Propaganda da União Espírita do Brasil incumbiu Bezerra de Menezes de escrever, aos domingos, no O Paiz , tradicional órgão da imprensa brasileira, dirigido por Quintino Bocaiúva, uma serie de artigos sob o titulo O Espiritismo - Estudos Filosóficos . Os artigos de Max , pseudônimo de Bezerra de Menezes, marcaram a época de ouro da propaganda espírita no Brasil. Esses artigos foram publicados, ininterruptamente, de 1886 a 1893.
Bezerra de Menezes tinha o encargo de medico como verdadeiro sacerdócio por isso, dizia: Um medico não tem o direito de terminar uma refeição, nem de escolher hora, nem de perguntar se e´ longe ou perto, quando um aflito qualquer lhe bate a porta. O que não acode por estar com visitas, por ter trabalhado muito e achar-se fatigado, ou por ser alta noite, mau o caminho ou o tempo, ficar longe ou no morro o que, sobretudo, pede um carro a quem não tem com que pagar a receita, ou diz a quem chora a porta que procure outro, esse não e´ medico, e´ negociante de medicina, que trabalha para recolher capital e juros dos gastos da formatura. Esse e´ um infeliz, que manda para outro o anjo da caridade que lhe veio fazer uma visita e lhe trazia a única espórtula que podia saciar a sede de riqueza do seu Espírito, a única que jamais se perdera nos vais-e-vens da vida.
No ano de 1883, reinava um ambiente francamente dispersivo no seio do Espiritismo no Brasil, e os que dirigiam os núcleos espíritas do Rio de Janeiro sentiam a necessidade de uma união mais estreita e indestrutível.
Os Centros Espíritas, onde se ministrava a Doutrina, trabalhavam de forma autônoma. Cada um deles exercia sua atividade em um determinado setor, despreocupado em conhecer as atividades dos demais. Esse estado de coisas levou-os a fundação da Federação Espírita Brasileira (FEB).
Nessa época, já existiam muitas sociedades espíritas, porem as únicas que mantinham a hegemonia eram quatro: a Acadêmica, a Fraternidade, a União espírita do Brasil e a Federação espírita Brasileira. Entretanto, logo surgiram entre elas rivalidades e discórdias. Sob os auspícios de Bezerra de Menezes, e acatando importantes instruções, dadas por Allan Kardec, através do médium Frederico Junior, foi fundado o famoso Centro espírita porem nem por isso deixava Bezerra de dar a sua cooperação a todas as outras instituições.
O entusiasmo dos espíritas logo se arrefeceu, e Bezerra de Menezes se viu desamparado dos seus companheiros, chegando a ser o único freqüentador do Centro. A cisão era profunda entre os espíritas que se dividiam em místicos e científicos .
Em 1893, a convulsão provocada no pais, pela revolta da armada, provocou o fechamento de todas as sociedades espíritas. No Natal do mesmo ano, Bezerra encerrava a serie de artigos que vinha publicando em O Paiz .
Em 1894, o ambiente demonstrou tendências de melhora e o nome de Bezerra foi lembrado como o único capaz de unificar a família espírita. O infatigável batalhador, com 63 anos de idade, assumiu a presidência da FEB, cargo que ocupou até 11 de abril de 1900, quando desencarnou, vítima de violento ataque de congestão cerebral.
Devido ao seu Espírito caridoso e prestativo, Bezerra de Menezes mereceu o cognome de O Médico dos Pobres

LÉON DENIS

LÉON DENIS


Léon Denis (lê-se: dení) nasceu numa aldeia chamada Foug, situada nos arredores de Tours, em França, a 1o. de Janeiro de 1846, numa família humilde. Cedo conheceu, por necessidade, os trabalhos manuais e os pesados encargos da família. Desde os seus primeiros passos neste mundo, sentiu que os amigos invisíveis o auxiliavam. Ao invés de participar em brincadeiras próprias da juventude, procurava instruir-se o mais possível. Lia obras sérias, conseguindo assim, com esforço próprio desenvolvera sua inteligência. Tomou-se um autodidata sério e competente.
Aos 18 anos tomou-se representante comercial da empresa onde trabalhava, fato que o obrigava a viagens constantes, situação que se manteve até à sua reforma e manteve ainda depois por mais algum tempo. Adorava a música e sempre que podia assistia a uma ópera ou concerto. Gostava de dedilhar, ao piano, árias conhecidas e de tirar acordes para seu próprio devaneio. Não fumava, era quase exclusivamente vegetariano e não fazia uso de bebidas fermentadas. Encontrava na água a sua bebida ideal.
Era seu hábito olhar com interesse, para os livros expostos nas livrarias. Um dia, ainda com 18anos, o chamado acaso fez com que a sua atenção fosse despertada para uma obra de título inusitado. Esse livro era O Livro dos Espíritos de Allan Kardec. Dispondo do dinheiro necessário, comprou-o e, recolhendo-se imediatamente ao lar entregou-se com avidez à leitura. O próprio Denis disse:
Nele encontrei a solução clara, completa e lógica, acerca do problema universal. A minha convicção tornou-se firme. A teoria espírita dissipou a minha indiferença e as minhas dúvidas.
O ano de 1882 marca, em realidade, o início dose u apostola do, durante o qual teve que enfrentar sucessivos obstáculos: o materialismo e o positivismo que olham para o Espiritismo com ironia e risadas e os crentes das demais correntes religiosas, que não hesitam em aliar-se aos ateus, para o ridicularizar e enfraquecer Léon Denis porém, como bom paladino, enfrenta a tempestade. Os companheiros invisíveis colocam-se ao seu lado para o encorajar e exortá-lo à luta. Coragem, amigo - diz-lhe o espírito de Jeanne - estaremos sempre contigo para te sustentar e inspirar. Jamais estarás só. Meios ser-te-ão dados, em tempo, para bem cumprires a tua obra. A 2 de Novembro de 1882, dia de Finados, um evento de capital importância produziu-se na sua vida: a manifestação, pela primeira vez, daquele Espírito que, durante meio século, havia de ser o seu guia, o seu melhor amigo, o seu pai espiritual - Jerônimo de Praga - que lhe disse: Vai meu filho. Pela estrada aberta diante de ti. Caminharei atrás de ti para te sustentar.
A partir de 1910, a visão de Léon Denis foi, dia a dia, enfraquecendo. A operação a que se submetera, dois anos antes, não lhe proporcionara nenhuma melhora, mas suportava, com calma e resignação, a marcha implacável desse mal que o castigava desde a juventude. Aceitava tudo com estoicismo e resignação. Jamais o viram queixar-se. Todavia, bem podemos avaliar quão grande devia ser o seu sofrimento. Apesar deste, mantinha volumosa correspondência. Jamais se aborrecia; amava a juventude e possuía a alegria da alma. Era inimigo da tristeza. O mal físico, para ele, devia ser bem menor do que a angústia que experimentava pelo fato de não mais poder manejar a pena. Secretárias ocasionais substituíam-no nesse ofício. No entanto, a grande dificuldade para Denis, consistia em rever e corrigir as novas edições dos seus livros e dos seus escritos. Graças, porém, ao seu espírito de ordem e à sua incomparável memória, superava todos esses contratempos, sem molestar ou importunar os amigos.
Após a 1a. Grande Guerra, aprendeu braille, o que lhe permitiu fixar no papel os elementos de capítulos ou artigos que lhe vinham ao espírito, pois, nesta época da sua vida, estava, por assim dizer, quase cego.
Em Março de 1927, com 81 anos de idade, terminara o manuscrito que intitulou de O Gênio Céltico e o Mundo Invisível. Neste mesmo mês a Revue Spirite publicava o seu derradeiro artigo.
Terça-feira, 12 de Março de 1927 pelas 13horas, respirava Denis com grande dificuldade. A pneumonia atacava-o novamente. A vida parecia abandoná-lo, mas o seu estado de lucidez era perfeito. As suas últimas palavras, pronunciadas com extraordinária calma, apesar da muita dificuldade, foram dirigidas à sua empregada Georgette: É preciso terminar, resumir e... concluir. Fazia alusão ao prefácio da nova edição biográfica de Kardec. Neste preciso momento, faltaram-lhe completamente as forças, para que pudesse articular outras palavras. Às 21:00 horas o seu espírito alou-se. O seu semblante parecia ainda em êxtase.
As cerimônias fúnebres realizaram-se a 16 de Abril. A seu pedido, o enterro foi modesto e sem o ofício de qualquer Igreja confessional. Está sepultado no cemitério de La Salle, em Tours.
Dentre os grandes apóstolos do Espiritismo, afigura exponencial de Léon Denis merece referência toda especial, principalmente em vista de ter sido o continuador lógico da obra de Allan Kardec. Podemos afiançar mesmo que constitui tarefa sumamente difícil tentar biografar essa grande vida, dada a magnitude de sua missão terrena, na qual não sabemos o que mais salientar: a sua personalidade contagiante, o bom senso de que era dotado, a operosidade no trabalho, a dedicação ímpar aos seus semelhantes e o acendrado amor que devotava aos ideais que esposava.
Léon Denis foi o consolidador do Espiritismo. Não foi apenas o substituto e continuador de Allan Kardec, como geralmente se pensa. Denis tinha unia missão quase tão grandiosa quanto à do Codificador Cabia-lhe desenvolver os estudos doutrinários, continuaras pesquisas mediúnicas, impulsionar o movimento espírita na França e no Mundo, aprofundar o aspecto moral da Doutrina e sobretudo consolidá-la nas primeiras décadas do Século. Nessa nova Bíblia ( o Espiritismo) o papel de Kardec é o sábio e o papel de Denis é o de filósofo. Léon Denis foi cognominado o APÓSTOLO DO ESPIRITISMO e pela magnífica atuação desenvolvida, pela palavra escrita e falada, em favor da nova Doutrina foi, também, o seu Consolidador O filósofo do Espiritismo, de acentuadas qualidades morais, dedicou toda unia longa vida à defesa dos postulados que Kardec transmitira nos livros do pentateuco espírita, O aspecto moral (religioso) da Doutrina, os princípios superiores da Vida, a instrução, a família, mereceram dele cuidados extremos e, por isso mesmo, sua vida de provações, exemplo de trabalho, perseverança e fé, é um roteiro de luz para os espíritas, diremos mais, para os homens de bem de todos os tempos. Em palavras de confiança e fé, ele mesmo resumiu assim a missão que viera desempenharem favor de uma nobre causa: Consagrei esta existência ao serviço de uma grande causa, o Espiritismo ou Espiritualismo moderno, que será certamente a crença universal, a religião do futuro.
A sua bibliografia é bastante vasta e composta de obras monumentais que enriquecem as bibliotecas espíritas. Deve-se a ele a oportunidade ímpar que os espíritas tiveram de ver ampliados novos ângulos do aspecto filosófico da Doutrina Espírita, pois, as suas obras de um modo geral focalizam numerosos problemas que assolam os homens, e também a sempre momentosa questão da sobrevivência da alma humana em seu laborioso processo evolutivo. Léon Denis imortalizou-se na gigantesca tarefa de dissecar problemas atinentes às aflições que acometem os seres encarnados, fornecendo valiosos subsídios no sentido de lançar novas luzes sobre a problemática das tribulações terrenas, deixou de lado os conceitos até então prevalecentes para apresentá-la aureolada de ensinamentos altamente consoladores, hauridos nas fontes inesgotáveis da Doutrina dos Espíritos.
Dedicando-se ao estudo aprofundado do Espiritismo, em seu tríplice aspecto de ciência, filosofia e religião, demorou-se com maior persistência na abordagem do seu aspecto filosófico. Concomitantemente com os seus profundos estudos nesse campo, também deu a sua contribuição, valiosa na abordagem e estudo de assuntos históricos, fornecendo importantes subsídios no sentido de esclareceras origens celtas da França e no tocante ao dramático episódio do martírio de Joana D''''''''Arc, a grande médium francesa. Seus estudos não pararam aí; ele preocupou-se sobremaneira com as origens do Cristianismo e o seu processo evolutivo através dos tempos.
Dentre as suas múltiplas ocupações, foi presidente de honra da União Espírita Francesa, membro honorário da Federação Espírita Internacional, presidente do Congresso Espírita Internacional, realizado em Paris, no ano de 1925. Teve também a oportunidade de dirigir durante longos anos, um grupo experimental de Espiritismo, na cidade francesa de Tours.
A sua atuação no seio do Espiritismo foi bastante diversa daquela desenvolvida por Allan Kardec. Enquanto o Codificador exerceu suas nobilitantes atividades na própria capital francesa, Léon Denis desempenhou a sua dignificante tarefa na província. A sua inusitada capacidade intelectual e o descortino que tinha das coisas transcendentais, fizeram com que o movimento espírita francês, e mesmo mundial, gravitasse em torno da cidade de Tours. Após a desencarnação de Allan Kardec, essa cidade tornou-se o ponto de convergência de todos os que desejavam tomar contato com o Espiritismo, recebendo as luzes do conhecimento, pois, inegavelmente, a plêiade de Espíritos que tinha por incumbência o êxito de processo de revelação do Espiritismo, levou ao grande apóstolo toda a sustentação necessária a fim de que a nova doutrina se firmasse de forma ampla e irrestrita.
Enquanto Kardec se destacou como uma personalidade de formação universitária, que firmou seu nome nas letras e nas ciências, antes de se dedicar às pesquisas espíritas e codificar o Espiritismo, Léon Denis foi um autodidata que se preparou em silêncio, na obscuridade e na pobreza material, para surgir subitamente no cenário intelectual e impor-se com conferencista o escritor de renome, tornando-se figura exponencial no campo da divulgação doutrinária do Espiritismo. Denis possuía uma inteligência robusta, era um Espírito preclaro, grande orador e escritor, desfrutando de apreciável grau de intuição. Referindo-se a ele, escreveu o seu contemporâneo Gabriel Gobron: Ele conheceu verdadeiros triunfos e aqueles que tiveram a rara felicidade de ouvi-lo falar a uma assistência de duas ou três mil pessoas, sabem perfeitamente quão encantadora e convincente era a sua oratória.
Denis jamais cursou uma academia oficial, entretanto, formou-se na escola prática da vida, na qual a dor própria e alheia, o trabalho mal retribuído, as privações heróicas ensinam a verdadeira sabedoria, por isso dizia sempre: Os que não conhecem dessas lições, ignoram sempre um dos mais comovedores lados da vida. Com o concurso de sua inteligência invulgar furtar-se-ia à pobreza, mas ele preferiu viver nela, pois em sua opinião era difícil acumular egoisticamente para si, aquilo que ele recebia para repartir com os seus semelhantes.
Com idade bastante avançada, cego e com uma constituição física relativamente fraca, vivia ainda cheio de tribulações. Nada disso, entretanto, mudava o seu modo de proceder Apesar de todas essas condições adversas, a todos ele recebia obsequioso. Desde as primeiras horas da manhã ditava volumosa correspondência, respondendo aos apelos das inúmeras sociedades que fundara ou de que era presidente honorário. Onde quer que comparecesse, ali davam-lhe sempre o lugar de maior destaque, lugar conquistado ao preço de profunda dedicação, perseverança e incansável operosidade no bem.
Fonte: FEB

EURÍPEDES BARSANULFO

EURÍPEDES BARSANULFO

Viveu apenas 38 anos! nasceu em 1º de maio de 1880, em Sacramento, e desencarnou em 1º de novembro de 1918
Em plena infância, para estudar e comprar seus próprios livros, carregava malas de viajantes da cidade a estação de Cipó, quilômetros adiante.
Trazia da Espiritualidade um grande lastro espiritual.
Justifica-se, assim, porque, como se recordasse, aprendera, com facilidade as disciplinas dos Cursos primário e secundário.
Seu Mestre e Amigo, Professor João Derwil de Miranda, proprietário e diretor do COLÉGIO MIRANDA, sentiu isso, o dinamismo precoce de seu aluno, e o ajudou muito, a ponto de o incumbir de lecionar os próprios companheiros.
Trazia do mais Além o dom de ensinar. E sua didática era a que usara o Divino Mestre nas suas pregações, utilizando de parábolas, de casos, de algo apropositado para levar à mente e ao coração de seus alunos os Ensinos da Moral do Evangelho.
Ensinava e educava, Medicava, sarava e salvara.
Pobre, filho de pais também pobres, vivendo com dificuldade financeira, lançou mão de toda oportunidade para ganhar dinheiro abençoado. E fizera-se guarda-livros e, com isso, fazendo escritas de algumas casas comerciais de Sacramento, conseguira mais recursos para comprar mais livros e dedicar-se, aprimorando-se, ao apostolado de ensinar e educar.
Fizera-se Espírita. O Espiritismo apenas dormia, com sua conceituarão consoladora, dentro de si. Precisou tão somente de um pequeno pretexto.
Começou a ter intuição, vidência e a ouvir.
E em pouco, receitava, sentindo, consigo, a presença amiga do Espírito de Bezerra de Menezes.
Funda, com outros Irmãos Espíritas, a GAZETA DE SACRAMENTO e o LICEU SACRAMENTO, Gazeta que redigiu e Liceu em que lecionou de 1902 a 1906.
Em 1905, coadjuvado por José Miguel e senhora e Francelino Borges e seus irmãos Watercides e Hamilton, organizou e dirigiu os trabalhos práticos e de estudos evangélicos do GRUPO ESPÍRITA “ESPERANÇA E CARIDADE”.
Seu trabalho espiritual era, aí, já de vulto e chamava a atenção de espíritas e não espíritas.
E é nesta fase de trabalho intenso, em que lecionava, fazia escritas, dava passes, receitava, realizando uma missão apostolar, que, em sonho, recebe uma visão prodigiosa, tocante revelada por Hilário Silva em seu formoso livro A VIDA ESCREVE, que a ninguém contara, por isso que contaste apenas do seu FICHÁRIO no Mundo Maior, e todo se modifica para melhor, mostrando-se mais humilde, mais exemplificando e vivendo em ação o verbo RENUNCIAR.
Extraído do Livro Seareiros da Primeira Hora



Fonte: Extraído do Livro Seareiros da Primeira Hora

JOANNA DE ÂNGELIS

Joanna de Ângelis
O Espírito Joanna de Ângelis, através da mediunidade de Divaldo Pereira Franco, tem escrito livros ricos de ensinamentos, verdadeiros tratados de saúde mental, com uma terapia baseada no Evangelho de Jesus e na Codificação Kardequiana. Vale a pena lembrar que as mensagens contidas em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo IX, item 7: A Paciência Havre-1862 e Capítulo XVIII, itens 13 a 15: Dar-se-á àquele que tem. , Bordeuax (bordeus)-1862, recebidas de Um Espírito Amigo, são de sua autoria.
Joanna de Ângelis, em outras reencarnações, foi:
Joana de Cuza, uma das piedosas mulheres do Evangelho. Era esposa de Cuza, procurador de Herodes, o Tetrarca, (governador de uma tetrarquia, cada uma das partes de um estado ou província dividida em quatro governos). Joana foi curada por Jesus (Lucas VIII 2 e 3), com Maria Madalena, Suzana e muitas outras mulheres, as quais lhe prestava assistência com os seus bens. Em Lucas 24: 10 é mencionada entre as mulheres que, na manhã de Páscoa, tendo ido ao sepulcro de Jesus, o encontraram vazio.
Em Roma, no ano de 68, 27 de Agosto, por não renunciar à fé em Jesus, é sacrificada numa fogueira, no Coliseu. Desencarnou perdoando seus carrascos.
Joanna, certamente, viveu no tempo de Francisco de Assis (1182- 1226), talvez numa das ordens fundadas por Clara de Assis (1193- 1252), fundadora da Ordem das Clarissas.
O Martirologico Romana comemora-a em 14 de Maio.
No México, foi Juana de Asbajey Ramires de Santillana. Nasceu em 1651 em San Miguel Neplanta, filha de D. Manuel Asbaje, espanhol, e de Isabel Ramirez de Santillana, indigena.
Foi uma criança precoce. Começou a fazer versos aos cinco anos. Aos doze aprendeu latim em vinte aulas e português sozinha, falava a língua indígena nauatle, dos nauas, geralmente chamados de astecas. Na Corte, o vice-rei de Espanha, o Marquês de Mancera, querendo criar uma corte brilhante, na tradição européia, convidou a menina-prodígio de treze anos para dama de companhia de sua mulher.
Encantou a todos com sua beleza, inteligência e graciosidades, seus poemas de amor são citados até hoje e suas peças representadas em programas de rádio e televisão.
Mas sua sede de saber era maior que a ilusão de prosseguir brilhando na Corte. Aos dezesseis anos ingressa no Convento das Carmelitas Descalças e depois foi para a Ordem de São Geronimo da Conceição, tomando o nome de Soror Juana Inês de la Cruz, ficando conhecida pelos seus hábitos de estudo como Monja da Biblioteca.
Em 1690 dizia da necessidade do conhecimento geral para melhor entender e servir a Deus, defendendo o direito da mulher de se dedicar às atividade intelectuais.
Tal documento é considerado a Carta Magna da liberdade intelectual da mulher americana.
Mulher de letras e de ciências, ela foi a porta-voz das escravatizadas do seu tempo.
É citada num artigo da Revista Selecções do Reader´s Digest, de Julho de 1972. Soror Juana Inês de la Cruz: A primeira feminista do Novo Mundo.
Dizia que é pela compreensão que o homem é superior aos animais.
Trabalhando na cozinha do Convento, descobre muitos segredos naturais, e conclui que se Aristóteles tivesse cozinhado, teria escrito muito mais.
Como se vê, trata-se de um vulto muito importante para o México e para a Humanidade, tanto assim que a cédula de 1000 pesos tem a sua efigie.
Em 1695 houve uma epidemia de peste na região. Juana, socorrendo os doentes, desencarna de peste aos 44 anos.
Na Bahia, foi Soror Joana Angélica, religiosa da Ordem das Reformadas de Nossa Senhora da Conceição e Heroína da Independência do Brasil.
Joana Angelica de Jesus nasceu em Salvador, na Bahia, a 11 de Dezembro de 1761.
Entrou para o noviciado no Convento de Nossa Senhora da Lapa em 1782, pronunciando os votos um ano depois.
Entre 1798 e 1801 exerceu diversos cargos burocráticos na comunidade, assumindo as funções de vigária. Conduzida ao posto de conselheira em 1809, retornou ao vicariato em 1811. Eleita abadessa, em 1814, esteve à frente do convento até 1817, sendo reeleita três anos depois.
Em 7 de Setembro de 1822, no Ipiranga, S. Paulo, D. Pedro I proclamou a independência do Brasil, separando-o de Portugal. Porém, na Bahia, as tropas portuguesas comandadas pelo Brigadeiro Inácio Luis Madeira de Mala (1775-1833), resistiram tenazmente às forças mandadas por D. Pedro I. Somente em 2 de Julho de 1823 Madeira de Malo abandonou a Bahia, embarcando para Portugal com suas tropas.
As tropas brasileiras eram comandadas pelo militar francês Pierre Labatut (1768-1849), e o tenente Luís Alves de Lima e Silva, futuro duque de Caxias. Vale lembrar que Maria Quiteria de Jesus Medeiros, a primeira mulher-soldado, sagra-se heroína, sendo condecorada por D. Pedro I.
Durante as lutas pela independência, em 19 de Fevereiro de 1823, os soldados portugueses invadiram o convento de Nossa Senhora da Lapa.
Soror Joana Angelica sai à porta do Convento, intimando-os com a cruz alçada, a não profanarem o abrigo de suas protegidas. Resistiu valentemente, sendo atacada a golpes de baioneta.
Com o seu martírio deu tempo às internas de escaparem, refugiando-se no Convento da Soledade.
Soror Joana Angélica recebeu socorros, vivendo, porém, poucas horas, desencarnando no dia seguinte, 20 de Fevereiro.
Tombando numa luta pelos ideais de liberdade, Soror Joana Angélica tornou-se mártir da Independência do Brasil.
Como Joanna de Ângelis prossegue no mundo espiritual como verdadeira Amiga e Benfeitora, como um Espírito Amigo, das mensagens do Evangelho Segundo o Espiritismo, orientando as criaturas através dos séculos, em diversas existências para Jesus e para o Bem.

PROF. JOSÉ HERCULANO PIRES

PROF. JOSE HERCULANO PIRES


José Herculano Pires, nasceu na cidade de Avaré, no estado de São Paulo a 25/09/1914, e desencarnou nesta capital em 09/03/1979. Filho do farmacêutico José Pires Correia e da pianista Bonina Amaral Simonetti Pires. Fez seus primeiros estudos em Avaré, Itaí e Cerqueira César.
Revelou sua vocação literária desde que começou a escrever. Aos 9 anos fez o seu primeiro soneto, um decassílabo sobre o Largo São João, da sua cidade natal. Aos 16 anos publicou seu primeiro livro, "Sonhos Azues" (contos), e aos 18 anos o segundo livro, "Coração" (poemas livres e sonetos). Já possuía seis cadernos de poemas na gaveta, colaborava nos jornais e revistas da época, da província de São Paulo e do Rio. Teve vários contos publicados com ilustrações na Revista da Semana e no Malho..
Foi um dos fundadores da União Artística do Interior (UAI), que promoveu dois concursos literários, um de poemas pela sede da UAI em Cerqueira César, e outro de contos pela Seção de Sorocaba. Mário Graciotti o incluiu entre os colaboradores permanentes da seção literária de A Razão, em São Paulo, que publicava um poema de sua autoria todos os domingos. Transformou (1928) o jornal político de seu pai em semanário literário e órgão da UAI.
Mudou-se para Marília em 1940 (com 26 anos), onde adquiriu o jornal "Diário Paulista" e o dirigiu durante seis anos. Com José Geraldo Vieira, Zoroastro Gouveia, Osório Alves de Castro, Nichemaja Sigal, Anthol Rosenfeld e outros promoveu, através do jornal, um movimento literário na cidade e publicou "Estradas e Ruas" (poemas) que Érico Veríssimo e Sérgio Millet comentaram favoravelmente.
Em 1946 mudou-se para São Paulo e lançou seu primeiro romance, "O Caminho do Meio", que mereceu críticas elogiosas de Afonso Schimidt, Geraldo Vieira e Wilson Martins. Repórter, redator, secretário, cronista parlamentar e crítico literário dos Diários Associados. Exerceu essas funções na Rua 7 de Abril por cerca de trinta anos.
Autor de 81 livros de Filosofia, Ensaios, Histórias, Psicologia, Pedagogia, Parapsicologia, Romances e Espiritismo, vários em parceria com Chico Xavier, sendo a maioria inteiramente dedicada ao estudo e divulgação da Doutrina Espírita...
Lançou a série de ensaios Pensamento da Era Cósmica e a série de romances e novelas de Ficção Científica Paranormal. Alegava sofrer de grafomania, escrevendo dia e noite. Não tinha vocação acadêmica e não seguia escolas literárias. Seu único objetivo era comunicar o que achava necessário, da melhor maneira possível. Graduado em Filosofia pela USP em 1958, publicou uma tese existencial: "O Ser e a Serenidade".
De 1959 a 1962, exerceu a cadeira de filosofia da educação na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Araraquara. Foi membro titular do Instituto Brasileiro de Filosofia, seção de São Paulo, onde lecionou psicologia. Foi presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo de 1957 a 1959. Foi professor de Sociologia no curso de jornalismo ministrado pelo Sindicato.
José Herculano Pires foi presidente e professor do Instituto Paulista de Parapsicologia de São Paulo. Organizou e dirigiu cursos de Parapsicologia para os Centros Acadêmicos: da Faculdade de Medicina da USP, da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, da Escola Paulista de Medicina e em diversas cidades e colégios do interior.
Fundou o Clube dos Jornalistas Espíritas de São Paulo em 23/01/1948. O Clube funcionou por 22 anos. Herculano foi membro da Academia Paulista de Jornalismo onde ocupou a Cadeira "Cornélio Pires" em 1964.
Herculano pertenceu também a União Brasileira de Escritores, onde exerceu o cargo de Diretor e Membro do Conselho no ano de 1964.
José Herculano Pires foi Chefe do Sub-Gabinete da Casa Civil da Presidência da República no governo do Sr. Jânio Quadros no ano de 1961, onde permaneceu até a renuncia do mesmo.
Espírita desde a idade de 22 anos não poupou esforço na divulgação falada e escrita da Doutrina Codificada por Allan Kardec, tarefa essa à qual dedicou a maior parte da sua vida. Durante 20 anos manteve uma coluna diária de Espiritismo nos Diários Associados com o pseudônimo de Irmão Saulo.
Durante quatro anos manteve no mesmo jornal uma coluna em parceria com Chico Xavier sob o título "Chico Xavier pede Licença". Foi Diretor fundador da revista "Educação Espírita" publicada pela Edicel.
Em 1954 publicou Barrabás, que recebeu um prêmio do Departamento Municipal de Cultura de São Paulo, constituindo o primeiro volume da Trilogia Caminhos do Espírito.
Publicou em 1975, Lázaro e com o romance Madalena concluiu a Trilogia.
Traduziu cuidadosamente as obras da Codificação Kardecista enriquecendo-as com notas explicativas nos rodapés. Essas traduções foram doadas a diversas editoras espíritas no Brasil, Portugal, Argentina e Espanha.
Colaborou com o Dr. Júlio Abreu Filho na tradução da Revista Espírita.
Ao desencarnar deixou vários originais os quais vêm sendo publicados pela Editora Paidéia
Fonte: UNIVERSO ESPIRITA

EMMANUEL



EMMANUEL
Sabe-se que Emmanuel - o mentor espiritual que tanto respeitamos - foi a personalidade de Manoel da Nóbrega, reencarnado em 18 de outubro de 1517 em Sanfins, entre D''''Ouro e Minho, Portugal, quando reinava D. Manuel I, O Venturoso. Inteligência privilegiada, ingressou na Universidade de Salamanca, Espanha, aos 17 anos, e, com 21, inscreveu-se na Faculdade de Cânones da Universidade de Coimbra, freqüentando aulas de Direito Canônico e Filosofia.
Em 14 de junho de 1541, em plena juventude, recebe a Láurea Doutoral, sendo então consagrado como o Doutíssimo Padre Manoel da Nóbrega, pelo Doutor Martim Azpilcueta Navarro.
Mais tarde, em 25 de janeiro de 1554, seria um dos principais fundadores da grande metrópole de São Paulo-SP. Foi também o fundador da cidade de Salvador-BA, a primeira capital do Brasil.
A informação de que Emmanuel teria sido o Padre Manoel da Nóbrega foi dada pelo próprio Emmanuel em várias comunicações, por intermédio da mediunidade idônea e segura de Chico Xavier.
No início da atividade mediúnica de Chico, nos anos trinta, ainda sem se identificar, disse-lhe que gostaria de trabalhar com ele durante longos anos, mas que necessitaria de três condições básicas para o fazer: 1ª, disciplina; 2ª, disciplina; e 3ª, disciplina - e foi o que Chico cumpriu até hoje.
Chico Xavier foi um modesto funcionário público, do Ministério da Agricultura, que jamais misturou sua atividade profissional com o exercício da mediunidade. Não se pode também deixar de registrar, sob pena de cometer-se grave omissão, que, durante as décadas em que esteve a serviço do Estado, nunca - não obstante sua precária saúde e o trabalho doutrinário, fora das horas de serviço - teve uma única falta ou gozou de qualquer tipo de licença, conforme documentos facultados pelo próprio Ministério.
Também no início da sua nobre missão, Emmanuel disse a Chico que, se alguma vez ele o aconselhasse a algo que não estivesse de acordo com as palavras de Jesus e Kardec, que deveria procurar esquecê-lo, permanecendo fiel a Jesus e a Kardec.
Emmanuel fez também parte da falange do Espírito da Verdade, que trouxe à Terra o Cristianismo Restaurado, definição sua da Doutrina Espírita. Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec inseriu uma mensagem de Emmanuel, recebida em Paris, no ano de 1861, intitulada O Egoísmo (Cap. XI-11).
Além dos livros históricos citados, existem ainda várias dezenas de outros, dos quais se destacam: Paulo e Estêvão, obra que, segundo Herculano Pires, justificaria, por si só, a missão mediúnica de Francisco Cândido Xavier; Ave, Cristo e Renúncia, livros esses que, juntamente com os já citados, ajudam a entender o nascimento do Cristianismo e, depois, a sua gradual adulteração. Esses cinco livros são baseados em fatos históricos verdadeiros.
Caminho, Verdade e Vida, Pão Nosso, Vinha de Luz e Fonte Viva são mais alguns exemplos dos inúmeros livros de autoria de Emmanuel, psicografados por Chico Xavier.
Cabe, ainda, registrar os seguintes livros: A Caminho da Luz, que relata uma História da Civilização à Luz do Espiritismo; e Emmanuel, constituído por inúmeras dissertações importantes sobre Ciência, Religião e Filosofia.
Fonte: http://www.nossolar.net

CHICO XAVIER





Chico Xavier
2/4/1910 – 30/6/2002


Chico Xavier nasceu em Pedro Leopoldo, modesta cidade de Minas Gerais, Brasil, a 2 de abril de 1910. Filho de João Cândido Xavier – operário, e Maria João de Deus – lavadeira. Após o desencarne da mãe, em 1915, ele e seus irmãos foram distribuídos por vários familiares e pessoas amigas. Com a penas cinco anos de idade, foi entregue aos cuidados de sua madrinha, Maria Rita de Cássia, que o maltratava.
Desde os 4 anos, o menino Chico teve sua vida assinalada por singulares manifestações. Seu pai chegou, inclusive, a crer que o seu verdadeiro filho havia sido trocado por outro... aquele seu filho era estranho!... De formação católica, o garoto orava com extrema devoção, conforme lhe ensinara D. Maria João de Deus, a querida mãezinha.
Apesar dos maus tratos da madrinha e das extremas dificuldades, o menino ia crescendo, sempre puro e sempre bom, incapaz de uma palavra feia, de um gesto de desobediência.
As “sombras” amigas, porém, não o deixavam... Conversava com a mãezinha desencarnada, ouvia vozes confortadoras. Na escola, sentia a presença delas, auxiliando-o nas tarefas habituais.
Sua mãe manifestou-se varas vezes, encorajando-o e dizendo-lhe que enviaria um anjo bom. Esse anjo bom foi Cidália Batista, a segunda esposa de João Xavier, que fez questão de reunir os filhos do seu primeiro casamento.
A necessidade de trabalhar desde cedo para auxiliar nas despesas domésticas foi em sua vida, conforme ele mesmo o dizia, uma bênção indefinível. A doença também veio precocemente fazer-lhe companhia. Primeiro os pulmões, quando trabalhava na tecelagem, aos nove anos; depois os olhos e, mais tarde, a angina.
Cidália desencarna em 1927, obrigando Chico a assumir a responsabilidade da casa e de seus 14 irmãos. Neste ano, a sua irmã Maria Xavier Pena, doente e desenganada pelos médicos, é curada, após uma prece que ele faz em torno do leito. A partir daí começa a freqüentar reuniões espíritas.
Em 7 de maio de 1927 participa de sua primeira reunião espírita. Dois meses depois, inicia publicamente o seu mandato mediúnico. Contando 17anos de idade, recebeu as primeiras páginas ditadas pelos espíritos. Em noite memorável, estes deram início a um dos trabalhos mais belos de toda a história da humanidade.
Em 1931 vê, pela primeira vez, o Espírito Emmanuel, seu inseparável mentor espiritual. Nos primórdios da mediunidade de Chico Xavier, este deu-lhe duas orientações básicas para o trabalho que deveria desempenhar. Fora de qualquer uma delas, tudo seria malogrado. Eis a primeira: Respeitar os três pontos básicos para o serviço – “Disciplina, disciplina e... disciplina”; A segunda orientação de Emmanuel é assim relembrada pelo próprio Chico: “Lembro-me de que num dos primeiros contatos comigo, ele me preveniu que queria trabalhar ao meu lado, por tempo longo, mas que eu deveria, acima de tudo, procurar os ensinamentos de Jesus e as lições de Allan Kardec e, disse mais, que, se um dia, ele, Emmanuel, algo me aconselhasse que não estivesse de acordo com as palavras de Jesus e de Kardec, que eu devia permanecer com Jesus e Kardec, procurando esquecê-lo.”
Em 1932 publica o seu primeiro livro, o famoso Parnaso de Além-Túmulo. Após 70 anos de serviço mediúnico, foram 420 as obras psicografadas pela maior antena psíquica do século XX, várias delas traduzidas e publicadas em castelhano, esperanto, francês, inglês, japonês, grego, etc.
De moral ilibada, realmente humilde e simples, chico Xavier jamais auferiu vantagens de qualquer espécie. Mesmo assim a sua vida foi objeto de especulação nos meios de comunicação social. Acompanharam-no amiúde, mas sempre soube suportá-los com verdadeiro espírito cristão.
Vários de seus livros foram adaptados para encenação no palco e sob a forma de radionovelas e telenovelas.
O dom mediúnico mais conhecido de Francisco Xavier é o da psicografia. Não é, todavia, o único: Psicofonia, vidência, audiência, receitista e outras.
Sua vida, verdadeiramente apostolar, dedicou-a aos sofredores e necessitados, provindos de longínquios lugares, e também ao serviço mediúnico, pelo qual nunca aceitou, em absoluto, qualquer espécie de pagamento. Mesmo os direitos de autor, desde o primeiro livro, foram cedidos gratuitamente às obras sociais de várias casas espíritas.
O que a bibliografia mediúnica, nascida do lápis de Chico Xavier, acrescentou à literatura espírita não nos permite, sequer, considerações ligeiras. É grandiosa demais. É qualitativamente admirável. Mas Chico Xavier jamais teria obtido êxito, como instrumento do Alto, se não tivesse seguido a rígida disciplina que lhe foi sugerida por Emmanuel, testemunhando e permanecendo na exemplificação do amor ao próximo e do amor a Deus, vivendo o Evangelho.
Indicado em 1981 para o Prêmio Nobel da Paz e eleito pela Rede Globo de Minas como o Mineiro do Século, Francisco Cândido Xavier desencarnou na noite do dia 30 de junho de 2002, em Uberaba (MG), aos 92 anos, quando os brasileiros comemoravam a conquista inédita da Seleção Brasileira de Futebol, que se sagrava campeã do Mundo pela quinta vez.
Este era o desejo do médium: “Quero morrer num dia em que todo o Brasil esteja feliz.” E assim foi.