terça-feira, 20 de janeiro de 2009

CHICO XAVIER





Chico Xavier
2/4/1910 – 30/6/2002


Chico Xavier nasceu em Pedro Leopoldo, modesta cidade de Minas Gerais, Brasil, a 2 de abril de 1910. Filho de João Cândido Xavier – operário, e Maria João de Deus – lavadeira. Após o desencarne da mãe, em 1915, ele e seus irmãos foram distribuídos por vários familiares e pessoas amigas. Com a penas cinco anos de idade, foi entregue aos cuidados de sua madrinha, Maria Rita de Cássia, que o maltratava.
Desde os 4 anos, o menino Chico teve sua vida assinalada por singulares manifestações. Seu pai chegou, inclusive, a crer que o seu verdadeiro filho havia sido trocado por outro... aquele seu filho era estranho!... De formação católica, o garoto orava com extrema devoção, conforme lhe ensinara D. Maria João de Deus, a querida mãezinha.
Apesar dos maus tratos da madrinha e das extremas dificuldades, o menino ia crescendo, sempre puro e sempre bom, incapaz de uma palavra feia, de um gesto de desobediência.
As “sombras” amigas, porém, não o deixavam... Conversava com a mãezinha desencarnada, ouvia vozes confortadoras. Na escola, sentia a presença delas, auxiliando-o nas tarefas habituais.
Sua mãe manifestou-se varas vezes, encorajando-o e dizendo-lhe que enviaria um anjo bom. Esse anjo bom foi Cidália Batista, a segunda esposa de João Xavier, que fez questão de reunir os filhos do seu primeiro casamento.
A necessidade de trabalhar desde cedo para auxiliar nas despesas domésticas foi em sua vida, conforme ele mesmo o dizia, uma bênção indefinível. A doença também veio precocemente fazer-lhe companhia. Primeiro os pulmões, quando trabalhava na tecelagem, aos nove anos; depois os olhos e, mais tarde, a angina.
Cidália desencarna em 1927, obrigando Chico a assumir a responsabilidade da casa e de seus 14 irmãos. Neste ano, a sua irmã Maria Xavier Pena, doente e desenganada pelos médicos, é curada, após uma prece que ele faz em torno do leito. A partir daí começa a freqüentar reuniões espíritas.
Em 7 de maio de 1927 participa de sua primeira reunião espírita. Dois meses depois, inicia publicamente o seu mandato mediúnico. Contando 17anos de idade, recebeu as primeiras páginas ditadas pelos espíritos. Em noite memorável, estes deram início a um dos trabalhos mais belos de toda a história da humanidade.
Em 1931 vê, pela primeira vez, o Espírito Emmanuel, seu inseparável mentor espiritual. Nos primórdios da mediunidade de Chico Xavier, este deu-lhe duas orientações básicas para o trabalho que deveria desempenhar. Fora de qualquer uma delas, tudo seria malogrado. Eis a primeira: Respeitar os três pontos básicos para o serviço – “Disciplina, disciplina e... disciplina”; A segunda orientação de Emmanuel é assim relembrada pelo próprio Chico: “Lembro-me de que num dos primeiros contatos comigo, ele me preveniu que queria trabalhar ao meu lado, por tempo longo, mas que eu deveria, acima de tudo, procurar os ensinamentos de Jesus e as lições de Allan Kardec e, disse mais, que, se um dia, ele, Emmanuel, algo me aconselhasse que não estivesse de acordo com as palavras de Jesus e de Kardec, que eu devia permanecer com Jesus e Kardec, procurando esquecê-lo.”
Em 1932 publica o seu primeiro livro, o famoso Parnaso de Além-Túmulo. Após 70 anos de serviço mediúnico, foram 420 as obras psicografadas pela maior antena psíquica do século XX, várias delas traduzidas e publicadas em castelhano, esperanto, francês, inglês, japonês, grego, etc.
De moral ilibada, realmente humilde e simples, chico Xavier jamais auferiu vantagens de qualquer espécie. Mesmo assim a sua vida foi objeto de especulação nos meios de comunicação social. Acompanharam-no amiúde, mas sempre soube suportá-los com verdadeiro espírito cristão.
Vários de seus livros foram adaptados para encenação no palco e sob a forma de radionovelas e telenovelas.
O dom mediúnico mais conhecido de Francisco Xavier é o da psicografia. Não é, todavia, o único: Psicofonia, vidência, audiência, receitista e outras.
Sua vida, verdadeiramente apostolar, dedicou-a aos sofredores e necessitados, provindos de longínquios lugares, e também ao serviço mediúnico, pelo qual nunca aceitou, em absoluto, qualquer espécie de pagamento. Mesmo os direitos de autor, desde o primeiro livro, foram cedidos gratuitamente às obras sociais de várias casas espíritas.
O que a bibliografia mediúnica, nascida do lápis de Chico Xavier, acrescentou à literatura espírita não nos permite, sequer, considerações ligeiras. É grandiosa demais. É qualitativamente admirável. Mas Chico Xavier jamais teria obtido êxito, como instrumento do Alto, se não tivesse seguido a rígida disciplina que lhe foi sugerida por Emmanuel, testemunhando e permanecendo na exemplificação do amor ao próximo e do amor a Deus, vivendo o Evangelho.
Indicado em 1981 para o Prêmio Nobel da Paz e eleito pela Rede Globo de Minas como o Mineiro do Século, Francisco Cândido Xavier desencarnou na noite do dia 30 de junho de 2002, em Uberaba (MG), aos 92 anos, quando os brasileiros comemoravam a conquista inédita da Seleção Brasileira de Futebol, que se sagrava campeã do Mundo pela quinta vez.
Este era o desejo do médium: “Quero morrer num dia em que todo o Brasil esteja feliz.” E assim foi.

Nenhum comentário:

Postar um comentário